A Ong Afrotribo foi classificada para receber um prêmio nacional no valor de 30 mil reais. O resultado foi publicado hoje, 26, no site do Ministério da Cultura. A Ong concorreu com mais de duas mil instituições pelo Brasil afora. O edital Bibliotecas Comunitárias do Brasil reconheceu o trabalho realizado na Biblioteca Ruth de Souza, situada dentro do Condomínio Minha Casa, Minha Vida, no Bairro Venda da Cruz. A relevância do projeto se deu em função da qualidade e da quantidade de cursos de capacitação oferecidos gratuitamente para mais de seiscentas pessoas.
Para Paula Tanga, presidente da Afrotribo, o reconhecimento do governo federal representa mais que uma vitória, mas um sinônimo de respeito aos profissionais que ali atuam e ajudam a dar dignidade às pessoas em vulnerabilidade social.
“Isso é muito importante nesse momento de angústia que estamos vivendo. Ser reconhecida nacionalmente significa que estamos no caminho certo e não iremos permitir que pessoas construam muros para impedir nossa caminhada”, disse Paula Tanga.
Ao invés de pontes, muros
A vitória é um tapa na cara da administração pública gonçalense que, recentemente, entrou com uma Ordem de Despejo para expulsar a instituição de seu local de origem. A repercussão gerou revolta da população, evidenciada nas redes sociais e tem chamado a atenção da grande mídia. Somente nesta semana Paula Tanga foi entrevistada por dezenas de canais de comunicação, provocando mais ainda a perseguição por parte daqueles que não recebem nem nota de rodapé.
Se para o poder público municipal a Ong Afrotribo não tem nenhum valor, para o país essas iniciativas precisam ser ampliadas. E esse sempre foi o objetivo, segundo Paula Tanga, da instituição: duplicar seus espaços para ampliar os horizontes dos mais necessitados.