Dois agentes da Abin foram presos numa operação da Polícia Federal que investiga o uso de um programa de espionagem sem autorização da justiça.

Outros cinco funcionários da agência foram afastados. A PF também cumpriu 25 mandados de busca e apreensão.

Nos endereços dos alvos, a polícia encontrou mais de 170 mil dólares — o que dá cerca de 870 mil reais.

A Abin é a Agência Brasileira de Inteligência, um órgão da Presidência para fornecer dados sobre assuntos de interesse nacional. É uma espécie de “CIA brasileira”.

Como funcionava o esquema? 🕵️‍♂️

As investigações apontam que 1.800 pessoas foram monitoradas ilegalmente pela Abin. Basicamente, o sistema usado apontava a localização do celular quando ele se conectasse a uma rede de internet.

Dentre eles, adversários do ex-presidente Bolsonaro, ministros do STF e jornalistas — os nomes não foram divulgados.

A relevância está aqui: Pense que, se isso realmente aconteceu, os agentes aproveitaram de suas posições no governo para possíveis espionagens de cunho pessoal ou político — e não de “interesse nacional”.

PS: Estima-se que cerca de 10 mil donos de linhas de celular podem ter sido espionados sem autorização judicial por ano, entre 2018 e 2021.